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Embalagens como expressão cultural: novo livro explora conexões entre design e tradição

Instituto de Embalagens lança segundo volume de "Embalagens Mundo Afora", analisando influências culturais na concepção de embalagens no Brasil e na Europa Ocidental

O Instituto de Embalagens lançou, em março, o segundo volume do livro Embalagens Mundo Afora, assinado pela diretora da organização, Assunta Napolitano Camilo, e que explora a relação entre diferentes tipos de embalagens e os aspectos culturais e tradicionais do Brasil e da Europa Ocidental. Nesta edição, o foco está em como as tradições e histórias de países como Bélgica, Escócia, Finlândia, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal influenciaram a concepção e o design de embalagens ao longo do tempo. 

A obra busca proporcionar ao leitor uma imersão nessas influências culturais, destacando como elementos como cores e formatos de embalagens carregam significados e conexões históricas. A nova publicação está disponível em edições física e digital, com versões em português e inglês, ampliando o alcance do conteúdo para leitores e profissionais do setor ao redor do mundo.

Trata-se de uma ferramenta poderosa para compartilhar a pluralidade da cultura com profissionais do setor em diferentes regiões do mundo. Segundo a autora, cada página mostra que a embalagem é um narrador potente e multifacetado. Ao olhar com atenção, o leitor descobre que ela permite que sabores cruzem fronteiras e que artesanatos locais alcancem novas geografias, ampliando horizontes e aproximando universos. 

“Já visitei e revistei mais de 85 países. A cada viagem é sempre uma nova descoberta sobre a história e a cultura de um povo por meio das embalagens. Sempre visito diferentes pontos de vendas, como supermercados, farmácias, lojas de conveniência, entre outros, que são importantes territórios para descoberta das tradições e explorar os hábitos de consumo”, conta Assunta.

Um exemplo marcante de como as tradições de um país influenciaram o design de embalagens é a azulejaria portuguesa, com seus belos e coloridos ladrilhos, que conta histórias de tempos passados e adorna as fachadas das casas e de rótulos e embalagens. Assunta lembra que uma lata de azeite Gallo é um convite para explorar as raízes de uma marca portuguesa, nascida em 1919 sob a visão de Victor Guedes. O orgulho de sua origem é estampado na assinatura inconfundível: “Portugal”. 

Uma das várias embalagens comemorativas destaca-se pela ilustração de pontos turísticos emblemáticos, retratados com ícones bem desenhados nas vibrantes cores azul escuro e laranja, sobre um fundo branco que realça a arte. O toque especial fica por conta do barrado superior, decorado com os tradicionais azulejos portugueses, reconhecidos mundialmente.

“Cada país imprime em suas embalagens traços marcantes de sua história, tradições e valores. A Bélgica, famosa por seus chocolates e cervejas artesanais, reflete essa excelência em embalagens que combinam design sofisticado com detalhes clássicos. O uso de dourado, selos de autenticidade e tipografias elegantes comunica a qualidade superior e a herança artesanal. Na Escócia, o design de embalagens destaca a forte conexão com a paisagem natural e o patrimônio cultural. Produtos como uísques utilizam cores sóbrias (como verdes profundos e marrons) e elementos visuais que remetem a castelos, tartãs (xadrez escocês) e à tradição celta”, explica Assunta.

O design finlandês é marcado pelo minimalismo escandinavo, priorizando a simplicidade, a funcionalidade e o uso responsável de materiais. Já as embalagens gregas celebram a herança mediterrânea com cores que remetem ao mar Egeu (azul e branco) e símbolos da mitologia grega. 

Na Irlanda, o design equilibra a simplicidade rústica com referências ao folclore celta. Embalagens de alimentos e bebidas usam tons terrosos, ilustrações de paisagens verdes e detalhes inspirados em símbolos como o trevo e os nós celtas. 

O design italiano é sinônimo de elegância e paixão. O uso de cores vibrantes, tipografia sofisticada e detalhes artesanais ressalta a qualidade e a tradição. Produtos regionais, como vinhos e massas, valorizam a origem geográfica e a história familiar. Já as embalagens portuguesas exaltam o patrimônio cultural por meio de referências aos azulejos.

A cultura brasileira traduzida nas embalagens 

Assunta fala que a cultura brasileira é riquíssima e, no mercado de embalagens, se traduz de maneiras muito criativas e autênticas. O Brasil é um país de diversidade cultural impressionante, e essa pluralidade se reflete nas embalagens de produtos de diferentes regiões, trazendo um mix de cores, formas, texturas e elementos visuais que transmitem a identidade local e nacional.

“As embalagens de muitos produtos incorporam símbolos e elementos do folclore, como o samba, o carnaval, e as tradições regionais, como Parintins, a Festa de São João e a Farroupilha. Isso cria uma conexão emocional com o consumidor, que se sente representado e valorizado pela utilização desses ícones culturais”, fala a autora.

Ela atesta que a gastronomia é um pilar fundamental da cultura brasileira, e isso se reflete em embalagens de produtos como queijos, molhos, chocolates, cafés e temperos, que trazem elementos visuais que refletem a culinária tradicional, como a feijoada, o acarajé ou a caipirinha.

Tendências de design e inovação

Para Assunta, as principais tendências de design e inovação em embalagens que ganharão destaque nos próximos anos estão fortemente ligadas à sustentabilidade, tecnologia e experiência do consumidor. O foco será em reduzir o desperdício e priorizar materiais recicláveis, reciclados ou reutilizáveis. Embalagens mais leves, com menor pegada de carbono e compatíveis com processos de logística reversa, estarão em evidência. 

O design deve seguir a tendência do “menos é mais”, com embalagens simples, práticas e visualmente limpas, que valorizam a transparência da marca e facilitam o uso e o descarte correto para reciclagem.

“A integração de tecnologias como QR Codes, NFC e RFID permitirá maior rastreabilidade, interatividade e acesso a informações detalhadas sobre origem, autenticidade e descarte correto.

Cresce a preocupação com design universal, garantindo embalagens fáceis de abrir, com informações em braile, além de tipografias legíveis e design inclusivo para atender à crescente população de idosos. Essas tendências refletem uma evolução do mercado em direção a embalagens mais responsáveis, interativas e centradas no consumidor, com impacto positivo tanto para as marcas quanto para a sociedade”, revela a autora.

Os trabalhos para o terceiro volume da obra já começaram. A próxima publicação trará Brasil, Camboja, Vietnã, Tailândia, Singapura, Japão e Coréia do Sul.

Os dois volumes do livro Embalagens Mundo Afora podem ser adquiridos AQUI.

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